Braille: Estamos resistindo à tecnologia?

É curioso como as coisas funcionam da mesma forma em qualquer lugar do planeta. Quando o jovem francês Louis Braille, cego e com apenas 16 anos, deu o maior salto para a educação das pessoas com deficiência visual que o mundo já viu, seu recém-criado sistema de leitura e escrita enfrentou uma dura resistência da maior parte dos especialistas contemporâneos, que chegou a durar mais de 29 anos, fez um de seus professores ser demitido e uma escola de Amsterdã adotar o sistema de Braille 8 anos antes da escola onde ele estudou e criou seu sistema.

Na época muitos alunos cegos usavam o recém-criado sistema de Braille às escondidas, devido a sua grande eficiência, mas os professores da escola onde Braille desenvolveu seu método de leitura e escrita, só passaram a ensinar Braille dois anos após sua morte, sob pressão de seus próprios alunos.

Quase 200 anos fizeram de Braille e seu sistema, um verdadeiro marco na história das pessoas com deficiência visual de todo o mundo, transformando-se gradualmente no meio mais importante para que pessoas cegas façam contato físico desde pequenos com as palavras, aprendendo a ler e escrever corretamente através de seus pontos.

Atualmente as novas tecnologias tem conquistado uma quantidade crescente de pessoas cegas ou com baixa visão, substituindo o Sistema Braille por computadores e dispositivos móveis, primeiramente pela abundancia de informações disponíveis de forma digital, que podem ser acessadas através de qualquer dispositivo e consumidas em qualquer lugar, inclusive na escola.

Nossos especialistas discordam desse movimento, afirmando que o Braille é atualmente a única forma de uma pessoa cega acessar e aprender a grafia correta das palavras, mas o fato é que o custo do processo de transcrição, produção e distribuição de livros em Braille, tem inviabilizado a entrega dos livros nas escolas de todo o Brasil até os dias de hoje.

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